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Prêmio Joaquim Gomes de Souza

A FUJB instituiu, em 1996, o Prêmio Joaquim Gomes de Souza, destinado a contemplar os melhores trabalhos apresentados nas Jornadas de Iniciação Científica, Artística e Cultural da UFRJ, num total de R$ 1.000,00 para cada um dos seis Centros Universitários, a cada ano.

O Edital da Jornada 2005 está disponível no site da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2).

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Joaquim Gomes de Souza

Joaquim Gomes de Souza, nascido em 15 de fevereiro de 1829 na cidade de Itapecuru Mirim (Maranhão), foi pioneiro dos estudos matemáticos no Brasil e deixou uma obra importantíssima, apesar da morte precoce, aos 34 anos. Nas palavras do Professor J. Leite Lopes, trata-se do “primeiro vulto matemático do Brasil – e talvez o maior até hoje”.

Seu primeiro contato com as ciências aconteceu na faculdade de Medicina, onde ingressou aos 15 anos, após abandonar a carreira militar. Lá, foi apresentado à física e à química. O interesse por essas disciplinas o levou a aprofundar, como autodidata, os estudos de matemática. A respeito dessa trajetória, o próprio Souzinha (como era conhecido) comenta, em um de seus trabalhos: “Amando, acima de tudo, as ciências que têm por objeto o estudo da natureza, eu me determinei a estudar as matemáticas, para melhor compreender aquelas.

O resultado de toda essa determinação impressiona: aos 18 anos, ele requer exame para todas as matérias do curso de Engenharia da Academia Militar do Brasil (atual Escola Politécnica da UFRJ, ou simplesmente Poli/UFRJ). Num primeiro momento, o pedido é negado, com a justificativa de que o requerente, um recém-graduado em Medicina, não recebera qualquer orientação específica para as disciplinas de Engenharia. Somente com a intervenção do Senador Saturnino, considerado um competente matemático da época, é que Gomes de Souza consegue a permissão para realizar os exames, cuja aprovação lhe valeu o grau de bacharel em Ciências matemáticas e físicas. Já no ano seguinte, o matemático passa no concurso para professor da mesma Academia Militar.

Em 1854, já cientista reconhecido, Souzinha parte para a Europa. Na França, dá prosseguimento aos estudos de Medicina e apresenta, com grande sucesso, alguns trabalhos importantes, dentre os quais se destacam “Dissertação sobre o modo de indagar novos astros sem auxílio das observações diretas” e “Métodos gerais da integração da equação diferencial do problema do som”. Na Inglaterra, divulga, entre outros, seus estudos sobre a propagação dos movimentos nos meios elásticos e sobre a fisiologia geral das ciências, discutindo a uniformização dos métodos analíticos.

Na Alemanha, o cientista encontra o poeta romântico Antonio Gonçalves Dias (1823-1864), com quem discute a elaboração de sua obra, talvez, mais surpreendente: uma coletânea da poesia universal, que, publicada em 1859, terá o título de Anthologie Universalle – choix de meilleures poesies de diverses nations dans lês langues originales e contará com nada menos que 944 páginas.

Era na Alemanha que Gomes de Souza estava quando recebeu a notícia de que fora indicado para deputado geral pela província do Maranhão. Sua atuação política, contudo, resultou em fracasso – segundo relato de Antonio Henrique Leal, historiador e sociólogo maranhense (1828-1885) que se dedicou à biografia do matemático, “Gomes de Souza não era, de mais a mais, homem para a tribuna; tinha débil compleição e órgão vocal ainda mais fraco […]”.

Em 1862, o matemático retorna ao Maranhão por motivos de saúde – ele possuía uma doença nos pulmões e vinha sofrendo hemoptise. Em seguida, volta ao Rio e passa a residir no morro de Santa Teresa. Pouco tempo depois, viaja para Londres, onde morreria no dia 1º de julho de 1863.

Durante sua vida, Souzinha se casou duas vezes: a primeira, na Inglaterra, dias antes de regressar ao Rio para exercer o cargo de deputado, com a filha do pastor anglicano Rev. Humber, Miss Rosa Edith, que morreria pouco tempo depois no Maranhão; a segunda, em 1862, com D. Paulina Guerra, sua vizinha dos tempos de Santa Teresa.

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